domingo, 2 de dezembro de 2007

Mercado de Natal + Fórum sobre o Mundo Árabe

Aqui na Alemanha é muito comum, nesse período de véspera natalina, as cidades fazerem uma espécie de feira na rua, vendendo objetos/enfeites típicos do natal. São conhecidas como “Weihnachtsmarkt” (Weihnachten = Natal)


Esse final de semana teve uma recepção, organizada pelas AIESECS das cidades de Nuremberg e Augsburg, para que pudéssemos visitar as feiras de lá, que estão entre as maiores e mais tradicionais (assim como a recepção organizada pela AIESEC de Munique, quando fui para a Oktoberfest). Infelizmente a viagem sairia muito cara, pois demorei muito para confirmar e o ticket de trem, para sair mais barato, deve-se comprar com antecedência.


Então na sexta, como estava em Koblenz, fui com alguns amigos visitar a feira local. Evidentemente vendem-se também comes e bebes, dos quais provei. Primeiramente um “Glühwein”, que nada mais é que um vinho quente (Wein = vinho e o verbo glühen é algo como arder). Muito bom.


Depois vi uma placa muito engraçada e tive que conferir do que se tratava...




Acredito que não necessita explicações, mas segue mais uma foto.



No sábado então acordei as 6h, pois resolvi ir com o pessoal da AIESEC para um fórum realizada pela AIESEC de Mainz (1h30 de Koblenz de carro, mais ou menos), cujo tema era algo como “Atravessando o ‘gap’ entre o mundo árabe e o ocidental”.


Lá assistimos a seis palestras – só uma em inglês, o resto todo em alemao... foi BEM difícil! No almoço, bem como no final da tarde, pudemos provar algumas especialidades da cozinha árabe (o almoço tivemos que comprar, mas o resto foi totalmente patrocinado).


Em uma sala foram expostos cartazes com fotos de jovens árabes, junto a um CD-player, com o qual podíamos ouvir um depoimento do mesmo(a) sobre o tema em questão. Ouvi apenas três, dos 8 ou 10 que estavam disponíveis, mas deveria ter ouvido mais. Pequenos detalhes ditos, por exemplo, por uma menina que ouvi fazem você parar para pensar. Ela disse, em uma parte de seu depoimento, algo como: “se você parar de procurar as diferenças e passar a procurar as semelhanças, verá que são em quantidade muito superior. Também somos pessoas, como qualquer outra, com as mesmas e simples necessidades, tais como comer, beber, dormir...”. Ela também falou um pouco sobre os preconceitos em relação ao comportamento de cada povo. Os ocidentais muitas vezes acham que eles são totalmente privados do direito à diversão, enquanto eles nos consideram muitas vezes depravados e/ou inconseqüentes. E quem está certo? A questão é essa: existe certo e errado?


Teve algo que um dos palestrantes – um prof. Dr. que leciona sobre o assunto – colocou de forma muito clara. Ele disse que tem coisas que não é possível o ocidental entender. Vivemos e crescemos com um entendimento completamente diferente do deles. Entendimento este que muitas vezes está ligado até à própria língua falada pelo povo. E o exemplo que ele deu da influência até da linguagem na formação de um povo/cultura foi que em uma das línguas da região (salvo engano, o próprio árabe) a palavra “família” e a palavra “casa” são a mesma. Para eles, simplesmente não há diferença.


Arrisco divagar um pouco mais sobre o tema e falar sobre os alemães. Em alemão existem duas palavras para falar “você”. Certo, também temos duas, pois temos a palavra “tu”. Mas aqui uma delas você usa com seus amigos e pessoas próximas. E a outra você usa para tratar as pessoas mais velhas e seu chefe por exemplo. Seria como quando dizemos “o senhor poderia...” ao invés de “você poderia...”, mas vai muito além disso, pois como é realmente uma segunda palavra para você (pois eles também tem uma palavra para senhor), é esperado que você a use sempre. E os verbos são conjugados de acordo com essa palavra, o que não acontece no português. Seja “você” ou “o senhor”, o verbo fica na forma “poderia”. Em alemão seria algo como “você poderia” e “o senhor poderiam”. Reitero que é algo difícil de explicar, mas o que quero dizer é que essa formalidade ou mesmo asperidade atribuída aos alemães, muita vezes é apenas o resultado da cultura e linguagem local, para as quais não temos o preparo e a mente aberta o suficiente para compreender que não passa do modo que conhecem de demonstrar respeito.


Por fim, segue abaixo algumas fotos de alguns estandes que montaram para demonstrar e também vender artigos típicos.




















Um comentário:

Marcos disse...

Olá, meu nome é Marcos, faço jornalismo na ECA-USP. Vc tbm é da USP?

Como foi o processo para fazer o intercâmbio?

Pretendo muito fazer uma viagem como a sua, você está aí a quanto tempo?

e muito legais seus posts, continue contando sobre a viagem

abraço