quarta-feira, 26 de março de 2008

Den Haag (ou A Haia)

No domingo dormimos até mais tarde. Acordamos apenas para o almoço, pois eles haviam convidado alguns amigos brasileiros para comer um estrogonofe conosco.

Após o almoço fui com o Felipe passear pelo centro da cidade, que é litorânea. Abaixo seguem fotos da praia, de um hotel a beira mar e de uma banda que tocava pela calçada próxima à praia (de onde tirei a primeira foto).




Continuando o passeio, passamos por um enorme cassino, pela Grote Kerk (em português seria talvez Igreja Grande), uma bela igreja do século 14 e pela Passage, uma rua comercial, cheia de lojas, datada de 1884.



Chegamos então no Binnenhof, um conjunto de prédios que serve para a reunião do parlamento holandês (o Staten-Generaal) desde 1446, e é o centro da política holandesa há séculos.

Lá dentro encontra-se também o Ridderzaal (ou “Hall dos cavaleiros”), usado para reuniões reais oficiais e conferências parlamentares. É lá também que ocorre a Prinsjesdag, na terceira terça-feira de Setembro, evento em que o monarca se dirige ao parlamento na Carruagem de Ouro e realiza um discurso do trono que lá se encontra.



E conheci também o Departement van Justitie, que acredito dispensar traduções...


Bom, sobre a Holanda por enquanto é isso. Essa sexta viajo para a Polônia e em breve terei mais novidades.

terça-feira, 25 de março de 2008

Amsterdam

Esse último fim de semana viajei para Amsterdam. Tinha prometido a uns amigos holandeses que conheci ainda em São Paulo que os visitaria quando estivesse na Europa. Agora, que tinha até um amigo brasileiro morando na Holanda que podia me abrigar e com o feriado de Páscoa (sexta e segunda-feira), o momento era perfeito.

Meu amigo, Felipe, está morando n`A Haia (The Hague em inglês ou Den Haag em holandês). Peguei um trem de Koblenz a Amsterdam e lá nos encontraríamos eu, ele e meus dois amigos que lá estudam (Lex, que é holandês e Joanne, que é de Aruba e mora atualmente em Amsterdam).

Já no trem a primeira lenda da viagem. Uma carioca, que havia conhecido em minha primeira viagem depois que cheguei na Alemanha – aquela para a cidade de Aachen – estava no mesmo. Ela ganhou a passagem da tia e estava a caminho de Amsterdam, onde encontraria outro brasileiro que conheceu pela internet e juntos procurariam ainda um lugar para dormir, visto que ela passou o mês tentando reservar algum lugar pelo telefone sem sucesso: tudo estava lotado!

Chegando a Amsterdam encontrei o Lex e a Joanne já me esperando no terminal do trem. Em seguida meu amigo me ligou dizendo que estava chegando. Ele veio de carro, pois a empresa banca o combustível – Den Haag fica a cerca de 60 km de distância.

Entramos todos no carro – eu, Lex e Joanne, pois a carioca ficou por lá, procurando albergue e esperando o outro sujeito – e fomos procurar um lugar para estacionar, o que é extremamente difícil em Amsterdam, a não ser que se esteja disposto a pagar, e caro. Paramos perto da casa da Joanne, que é longe do centro e, de lá, voltamos ao centro de Tram (relembrando: Tram = Bonde). Fomos então jantar num restaurante, onde uma amiga da Joanne, também de Aruba se juntou a nós. Na foto, da esquerda pra a direita: a amiga da Joanne (desculpem, não lembro o nome), a Joanne, eu, o Felipe e o Lex.

Depois da janta fomos a um bar e depois a uma balada chamada clube 11, pois ficava no 11º andar de um prédio, antes sede do correio (pelo que entendi). O local era meio alternativo, mas a vista era fantástica.




Após a balada voltamos de carro até a casa dele em Den Haag, onde dormimos (mas não muito). Combinamos de encontrar o Lex e a Joanne às 11h em Amsterdam para conhecermos a cidade. Evidentemente chegamos “um pouco” atrasados, mas foi mais por nos perdermos do que por acordar tarde. Mesmo com GPS, andar por Amsterdam de carro é um tanto complicado. Nesse dia se juntou a nós o Rodrigo, um dos brasileiros que trabalha e mora com o Felipe.

Iniciamos o passeio a pé, passando pela bolsa de valores e chegando à Praça Dam. Nessa famosa praça pode-se contemplar: o Palácio Real (Paleis op de Dam), um dos três palácios nos Países Baixos que estão à disposição da Rainha Beatriz; a Igreja Nova (Nieuwe Kerk), igreja em estilo gótico utilizada para a coroações reais (a própria Rainha Beatriz foi coroada nesta igreja, em 1980) e também casamentos reais, como o do príncipe herdeiro Willem-Alexander com a princesa Máxima, em 2002; o Monumento Nacional (Nationaal Monument), um pilar de pedra branca erguido em 1956 em memória das vítimas da Segunda Guerra; e ainda o museu de cera “Madame Tussauds”.





A praça, que constantemente abriga protestos e manifestações, era nesse sábado palco de uma manifesto contra a política holandesa, que de tão liberal, permitiu a um deputado de extrema direita realizar um filme anti-mulçumano, onde o mesmo diz ser o Corão um livro fascista e que incita a violência.


Saindo de lá, um prédio que me chamou a atenção foi esse shopping, para mim tão oponente como o palácio real.

Passamos também em frente à casa de Anne Frank (ou Anneliese Marie Frank), que hoje funciona como um museu em memória da mesma. Para quem não conhece a história dessa menina, ela foi uma judia obrigada a viver escondida dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, junto com sua família e mais quatro pessoas, durante 25 meses, num anexo de quartos por cima do escritório do pai dela. Durante esse tempo ela escreveu um diário que foi publicado como livro (atualmente traduzido para 67 línguas e é um dos mais vendidos no mundo) e depois virou filme.

Abaixo seguem fotos da estátua da menina, que foi mandada a um campo de concentração após o esconderijo ser descoberto e veio a falecer duas semanas antes de o campo ser libertado. Tem também uma da casa e uma de um pedaço da enorme fila para visitar o museu.



Depois passamos pela Westerkerk, igreja construída entre 1620 e 1631, com uma torre de 85 metros de altura, a mais alta de Amsterdam. Foi nela que, em 10 de Março de 1969 a Rainha Beatriz (até então princesa) casou com o príncipe Claus. Ela é também por vezes mencionada no diário de Anne Frank.

Fizemos então uma pequena pausa para degustar um típico aperitivo holandês, conhecido como Haring. Trata-se de um peixe cru, que deve ser comido segurando pelo rabo, apos passar na cebola. Interessante...

Resolvemos fazer um passeio de barco pelos canais holandeses. Abaixo seguem algumas fotos, entre elas a de uma pequena casa que funciona como “Coffee Shop” (local onde é permitida a venda e consumo de maconha). Esta construção, como muitas outras na Holanda, é levemente inclinada. Isso ocorre muito, pois o solo holandês não é muito firme, uma vez que se encontram abaixo do nível do mar. O guia comentou que, nesta casa em especial, basta entrar por alguns instantes que ela volta a aparentar estar reta.






Mas nesta foto em particular pode-se ver perfeitamente os efeitos do solo arenoso nas casas

É engraçado também ver que as casas são geralmente estreitas e altas. Onde meu amigo mora são 3 andares. No térreo tem a cozinha, um lavabo e um depósito. No primeiro andar, 2 quartos e o banheiro. No segundo andar, mais dois quarto e uma área de serviço. A razão, segundo o Lex, é que no passado os impostos eram cobrados pela largura da casa. Portanto, casas estreitas pagavam menos, não importando a profundidade ou a altura. Por conta disso, as escadas também são muito estreitas, o que torna necessário esses ganchos, que se encontram no topo da casa, por onde são puxados os móveis que entram pela janela.


Saindo do passeio fomos comer alguma coisa. Na Holanda e na Bélgica é comum encontrar para vender na rua porções de batata frita servida em um cone de papel. E foi isso que pedi. Só não imaginei que a porção grande seria tão generosa!


Outras curiosidades são os mictórios públicos, que podem ser encontrados em várias esquinas do centro da cidade. E também as grandes escadas nas entradas das casas, que no passado denotavam status – escadas maiores, mais status. Quando os impostos não eram pagos, a justiça mandava retirar a escada, para que todos vissem que naquela casa residiam devedores.



Existem ainda lojas que vendem sementes, pois é permitido plantar pequenas mudas de maconha para consumo próprio. É impressionante a variedade de tipos que se pode encontrar.



Os Coffee Shops têm permissão para vender as consideradas drogas leves, como maconha e haxixe. No entanto, onde se vende droga é proibida a venda de álcool. A solução que alguns encontraram foi bem simples. Na mesma casa (inclusive com a mesma música ambiente), na parte de baixo funciona um Coffee Shop e em cima um bar.


E para encerrar o passeio por Amsterdam visitamos o Distrito Vermelho, que evidentemente não poderia faltar. Lá é onde a prostituição é legalizada. As mulheres, ao invés de ficarem nas ruas, ficam dentro de pequenas residências, com portas de vidro. Usando apenas roupa íntima (ou nem isso) ficam dançando e chamando os turistas para entrar, muitas vezes batendo os dedos contra o vidro para chamar a atenção dos homens que passam. Quando alguém para, elas abrem a porta e conversam, me parece que negociando o preço. Nesse momento é possível ver todos os demais turistas na rua observando a reação do sujeito, aguardando para ver se ele entrará e a cortina se fechará.




O domingo e a segunda passamos em Den Haag mesmo. Isso fica para a próxima postagem. Com isso, infelizmente não tivemos tempo de visitar nenhum museu de Amsterdam, tal como o Rijksmuseum e o Museu Van Gogh, que todos dizem valer a visita. Mas fica, quem sabe, para uma próxima oportunidade.

terça-feira, 18 de março de 2008

Viagem a Budapeste

Como disse anteriormente conheci alguns brasileiros, membros da AIESEC que estão pela Europa, e juntos passamos o Natal e ano novo. Um deles mora atualmente em Budapeste, Hungria, trabalhando para a Inbev. E foi lá que passei esse último fim de semana.

Já havia programado a viagem há algum tempo. Aqui na Europa existem diversas companhias aéreas que fazem vôos baratos, normalmente a partir de aeroportos pequenos. Perto de Koblenz fica o aeroporto Frankfurt-Hahn (que não é em Frankfurt!), e do mesmo existem diversas possibilidades de vôos pela companhia Rayanair, inclusive Budapeste.

Combinei então com minha amiga que está morando lá um final de semana que fosse bom para os dois – que a propósito era o aniversário dela – e comprei minha passagem. Tive que tirar a sexta feira e metade da segunda de folga, mas como tenho sempre horas-extras, isso não foi um problema.

Cheguei lá na manha de sexta. Fui munido de um mapa do metrô que imprimi e das informações que ela me enviou de como chegar ao seu trabalho. Fui então até a Inbev, onde larguei minha mala e também almoçamos.

Lá conheci já alguns outros trainees da AIEEC, inclusive uma que mora com ela e outra que me emprestou um mapa da cidade e um guia turístico. Como todos ainda tinham que trabalhar, esses itens foram muito úteis para que eu pudesse então, sozinho, iniciar meu passeio pela cidade.

Primeiro fui visitar a Ilha de Margareth, que é um magnífico parque, localizado numa ilha do rio Danúbio. Abaixo segue algumas fotos do local, com parque infantil, quadra esportiva, pista especial para correr (com piso macio), etc.






Visitei ainda o parlamento (Országház), um edifício gigantesco que da as costas para o rio Danúbio. A primeira foto é da frente do parlamento. A segunda eu tirei no dia seguinte, em minha visita ao Castelo de Buda (Budai Vár), que fica do outro lado do rio.


Visitei ainda o Museu Etnográfico e a “Universitas Europae Centralis”, uma universidade criada em conjunto com o governo dos EUA, em 1991, inicialmente com campus em Praga e em Budapeste. Em 1996, por questões políticas, a cidade de Praga fechou o seu campus e hoje o campus de Budapeste é que abriga os cerca de 1400 estudantes de 80 países.



À noite fomos a um bar onde se reuniriam os trainees da(s) AIESEC em Budapeste. Antes disso alguns de nós havíamos saído para jantar e eu já havia conhecido um brasileiro, que mora em Budapeste, com quem conversava na festa. Eis que alguém interrompe nosso papo com a seguinte frase: “Rogério? O que você está fazendo aqui?”.

Era um amigo que estudou comigo no colégio. Ele foi fazer engenharia na Unicamp e, por conta disso, chegamos a nos encontrar uma ou duas vezes em jogos universitários. Mas devia fazer ao menos uns quatro anos que não conversávamos. Agora ele trabalha e mora em Budapeste e, por acaso, estava no mesmo bar que eu, no mesmo dia e horário, o que, considerando que Budapeste é a sexta maior cidade da Europa, é uma grande coincidência! Enfim, seguem fotos minhas com o Leonardo (esse amigo) e com grande parte do grupo que estava na festa.



No sábado fui com os trainees fazer um passeio pela cidade. Fomos inicialmente numa antiga ruína romana e numa típica praça com estátuas com guarda-chuva. Fora a festa que fazíamos mesmo dentro do trem…






Acontece que 15 de março é também o dia que a Hungria comemora a Revolução de 1848, que visava acabar com a servidão e garantir direitos civis (e que também deu início ao império Austro-Húngaro). É uma data comemorada com grande patriotismo, como pudemos perceber. Nas ruas, praticamente todos carregavam no peito uma insígnia com as cores nacionais. Ao visitarmos o Castelo de Buda, vimos nas praças atividades para as crianças.




Havia também uma grande cerimônia onde o povo participava, com passeatas nas ruas da cidade e, também no Castelo, discursos e peças musicais eram prestigiados pelo povo, que carregava tochas. É claro que participamos...


Falando do castelo de Buda, seguem fotos da Igreja de São Matias e da vista do mesmo, que foi ficando ainda mais bonita conforme escurecia.





A última foto acima se trata da mais famosa ponte que cruza o rio Danúbio, o que se justifica por sua beleza. Descendo do Castelo tirei ainda essa foto noturna do mesmo.


Na noite de sábado fizemos então uma festa de aniversário para a Carol, minha amiga que me abrigou nas terras húngaras. O grupo era bastante heterogêneo, com pessoas da Romênia, Sérvia, Portugal, Rússia, Polônia, Alemanha, Holanda, Hungria, Finlândia, China, Nova Zelândia, Malásia, EUA, Colômbia e claro Brasil (e talvez ainda falte algum país!).


No domingo pela manha fui visitar a Basílica de Santo Estevão, igreja que fica bem no centro da cidade. Lá é possível subir em seu domo para apreciar a vista da cidade. Reparem na última foto o Castelo de Buda, ao longe (do outro lado do rio).



À tarde encontrei novamente alguns trainees para darmos continuidade ao passeio. Visitamos a casa do terror, que hoje funciona como museu, mas no passado foi palco primeiro da direção nazista e posteriormente da ocupação soviética. Dois períodos ditatoriais que marcaram profundamente a história húngara. Esse museu é dedicado à memória dos milhares de cidadão que foram torturados e assassinados nas celas e câmeras de tortura que se encontram no subsolo do edifício. Infelizmente não é permitido tirar fotos de seu interior, mas não é difícil achar algo na internet, como no site: http://www.budapest.com/TerrorHouseBudapest.htm

Visitamos ainda a praça dos heróis, onde se encontra um monumento à revolta de 1956. Lá fizemos a foto saltando, que não podia deixar de ter.

Finalmente fomos então jantar em um restaurante. Pedi um prato típico, que até agora não sei ao certo o que era, mas estava gostoso.

E assim terminou minha visita à inesquecível cidade de Budapeste, onde de quebra fiz excelentes novas amizades, que espero conseguir manter pelo resto de minha vida.