quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Não adianta bater que não deixo você entrar!

Pelo caminho que percorro diariamente há um termômetro, pelo qual acompanho as mudanças climáticas dessa pacata cidade que me encontro. Eis que hoje, pela primeira vez, li uma temperatura abaixo de zero. Modestos -2ºC, mas o suficiente para assustar um paulistano.

E bastava observar a paisagem para perceber a veracidade da leitura do termômetro em questão. Gramados, arbustos, tetos dos veículos, paredes de vidro dos pontos de ônibus, tudo combinava em seu tom esbranquiçado, resultado do congelamento do orvalho.

Mas a paisagem definitivamente não é a primeira coisa a se reparar ao sair pela manhã, deparando-se com esse frio. A visão fica um tanto quanto obscurecida pela sensação das orelhas endurecendo, o nariz ardendo a cada vez que se respira e os olhos lacrimejando ao menor vento. Isso porque, em primeiro lugar, Koblenz não é uma cidade muito fria. E segundo, o inverno é mais rigoroso entre janeiro e fevereiro...

No fim de semana viajo para Nuremberg e depois Augsburg, onde passarei meu Natal. Essas cidades se localizam mais ao sul, onde normalmente as temperaturas são mais baixas. Espero que esse inverno não seja tão frio!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

1a viagem à Alemanha Oriental

No final de semana viajei para uma semana de recepção da AIESEC de Jena (lê-se “Iena”), cidade que fica mais ou menos no centro da Alemanha, no estado da Turíngia, e pertenceu, antes da reunificação do território alemão, à Alemanha Oriental.

Viajar sentido leste-oeste por aqui não é tão fácil como no sentido norte-sul, pelo que entendi, ainda devido a resquícios da guerra. Para conseguir um preço razoável na passagem, para o dia e horário que eu queria, a opção foi descer até Nuremberg e depois subir para Jena, num trem que seguia de Nuremberg para Berlin. Na troca de trem tive uns minutinhos livres e bati umas fotos da cidade e da estação de trem.



















Pra falar a verdade, sinto, por parte dos ocidentais, um grande preconceito em relação aos orientais. Por vezes me foi dito, quando contei que iria para Jena, que era bom eu saber que os de lá não são muito receptivos com estrangeiros. É bem verdade que, enquanto aqui em Koblenz e Bonn (cidades que conheço bem e das quais posso falar) as profissões mais braçais são normalmente exercidas por estrangeiros (a maioria turco, no caso de Koblenz), coisa que não se vê com freqüência por lá, onde os alemães mesmos exercem tais funções. Mas nem por isso deixamos de comer um Currasquinho Grego num boteco turco... e ainda tem essa foto que tirei, que fala por si só.



De cara, na sexta a noite fomos jogar boliche, ou melhor, “Kegel”. A diferença é que a bola é menor e não tem buracos. E os pinos são nove, e dispostos na formação 1, 2, 3, 2, 1. Cada um joga a bola uma única vez e então já é o próximo. Depois de 10 rodadas conta-se os pontos. Não vi ninguém conseguir derrubar as nove, nem uma vez sequer. E olha que na pista ao lado (o lugar era pequeno e só tinha 2 pistas) tinha um grupo de senhores, uniformizados – escrito Kegel na camisa e tudo – e também não vi eles conseguirem...

A foto ta meio ruim, mas da pra ter uma noção de como era a pista.




Fomos então a um bar, tomar alguma coisa. O grupo era pequeno, mas menor ainda era a variedade de países... éramos 3 brasileiros, 2 tchecos, 5 alemães e 1 canadense. Na foto abaixo encontra-se parte do grupo. Reparem na mesa um copo grande com uma cerveja de cor “exótica”. É a tradicional cerveja com suco de banana. Eu já tomei também e até que é bom...




No dia seguinte, pela manha, fomos passear um pouco por Jena. Subimos uma colina de onde tivemos uma vista bem legal de toda a cidade.





À tarde fomos para uma cidade vizinha, chamada Erfurt. Lá, primeiramente fomos patinar. E como não podia deixar de ser, causamos muito. As fotos e o vídeo abaixam dão uma pequena noção do que fizemos. Na segunda foto, atrás do canadense (que é o moreno) está a alemã que organizou a recepção. Dela para trás, não conheço ninguém... são pessoas que simplesmente se juntaram à nós!
















Mas o engraçado foi que, tentando patinar e filmar ao mesmo tempo – vale ressaltar que NÂO SEI PATINAR – uma hora, como esperado, caí no chão. E claro que levei uma meia dúzia junto.

À noite fomos então para a feira de natal de Erfurt, onde tomamos um vinho quente (glüwein, como já disse na última postagem) e também comprei alguns presentes (dos quais não tirei foto e agora é tarde, pois já enviei para o Brasil).



















Infelizmente não tivemos mais tempo para conhecer Erfurt, que sendo a cidade mais antiga da região – com registros históricos do ano de 729 – e importante conexão entre leste e oeste alemão, abriga também diversas atrações turísticas. Sua universidade, por exemplo, teve como um dos discípulo ninguém menos que Martinho Lutero. Voltamos então para Jena, onde dormimos novamente. Na manha de domingo fizemos um passeio pela cidade com uma guia turística. Ela era realmente muito boa! Contou várias estórias dos locais que visitamos, das quais vou selecionar apenas algumas para escrever.


Começamos pelo antigo centro da cidade, que foi um dia cercado por muros, com uma torre em cada canto, das quais só resta uma em pé.



Subimos ainda em um local que, até onde me lembro, foi primeiramente uma base de comando, mas futuramente se tornou um “centro de comunicação comercial”, isto é, um sujeito era pago para ficar lá no alto e divulgar quem estava vendendo o que e onde... era o surgimento do marketing na cidade, hehe. De lá do alto podia-se avistar ainda a torre e também boa parte da cidade.
























Depois descemos e seguimos a caminho da universidade, por onde passamos pela estátua a seguir.



Ela representa o diabo e um estudante tomando cerveja. Conta a lenda que houve uma disputa entre os dois, da qual teriam que ver quem tomava mais cerveja e ainda conseguiria sair andando. O estudante estava ganhando e, para ganhar tempo, o diabo resolveu entrar e beber diretamente do barril. Mas por beber muita cerveja a barriga cresceu e acabou ficando entalado. Com isso o estudante venceu a disputa.


Nos arredores de um antigo prédio da faculdade essa sala amarela, da foto abaixo, era usada para castigar os alunos que faziam algo errado. Eles eram trancados lá pelo tempo que fosse julgado necessário.



Como não tinham o que fazer quando se encontravam sozinhos por lá, eles pichavam as paredes. Houve então um dia que um aluno pintou por toda a parede uma verdadeira orgia, onde os rostos das mulheres eram caricaturas de prostitutas famosas da cidade e os dos homens, os professores mais detestados... Infelizmente a sala fica trancada, pois a pintura ainda se encontra lá e a umidade pode a deteriorar. Mas a guia tinha uma imagem impressa, da qual tirei uma foto.




Evidentemente eles não tinham nenhum tipo de tinta para pintar. O que eles usavam então? Deixo para imaginação de vocês...


Jena possui ainda as suas 7 maravilhas. São pequenas coisas que são tidas como tesouros para a cidade, como uma ponte que é muito antiga e feita de pedra, com estrutura em arcos, o que era bem difícil de fazer na época. Te ainda mais dois que vou destacar.


Na praça mais importante da cidade, a Marktplatz, de hora em hora uma figura conhecida como Schnapphans (que é tipo um “bobo da corte”) tenta pegar com a boca uma bola, que simboliza a alma humana. A estátua na praça foi substituída e a original se encontra atrás de um vidro, numa casa turística que destaca as sete maravilhas em fotos e artigos originais. Segue uma foto da estátua original.



Também nessa sala está uma estátua de um demônio de 7 cabeças. Sua origem é, na verdade, uma brincadeira dos estudantes, que o construíram e disseram que foi encontrado em escavações de um local que é tido como extremamente sombrio para a população local (não lembro a história toda...). Por muito tempo, muitos temeram essa estátua. Uma coisa podemos concluir: os estudantes eram mesmo muito criativos e um tanto quanto talentosos!


Visitamos por fim a igreja de St. Michael, erguida nos séculos 15 e 16. Ela possui 2 grandes portas de entrada, cada qual com sua função histórica.


A primeira foi muito usada para casamentos. A passagem dos noivos por ela, após casados, simbolizava a entrada em suas novas vidas. No canto direito da foto podemos ver um pequeno patamar, onde uma menina de casaco preto está. Ali deveriam ficar as mulheres que engravidavam solteiras, onde eram vaiadas e humilhas pelo povo que passava, os quais muitas vezes atiravam coisas contra elas.



Essa outra porta, que possui 2 patamares, um pouco mais baixos que a entrada da igreja (na foto só se vê o da esquerda), era palco de antigos julgamentos. O juiz ficava no alto, na entrada, os julgados nesses patamares e o povo na parte de baixo. Do alto ele questionava ao povo sua opinião, que era ouvida e cumprida.



É isso. Espero que não tenha sido muito maçante. Juro que tentei resumir ao máximo. Finalizo com uma foto do grupo que fez o passeio com a guia, ou seja, todos os trainees e mais 2 alemães.



domingo, 2 de dezembro de 2007

Mercado de Natal + Fórum sobre o Mundo Árabe

Aqui na Alemanha é muito comum, nesse período de véspera natalina, as cidades fazerem uma espécie de feira na rua, vendendo objetos/enfeites típicos do natal. São conhecidas como “Weihnachtsmarkt” (Weihnachten = Natal)


Esse final de semana teve uma recepção, organizada pelas AIESECS das cidades de Nuremberg e Augsburg, para que pudéssemos visitar as feiras de lá, que estão entre as maiores e mais tradicionais (assim como a recepção organizada pela AIESEC de Munique, quando fui para a Oktoberfest). Infelizmente a viagem sairia muito cara, pois demorei muito para confirmar e o ticket de trem, para sair mais barato, deve-se comprar com antecedência.


Então na sexta, como estava em Koblenz, fui com alguns amigos visitar a feira local. Evidentemente vendem-se também comes e bebes, dos quais provei. Primeiramente um “Glühwein”, que nada mais é que um vinho quente (Wein = vinho e o verbo glühen é algo como arder). Muito bom.


Depois vi uma placa muito engraçada e tive que conferir do que se tratava...




Acredito que não necessita explicações, mas segue mais uma foto.



No sábado então acordei as 6h, pois resolvi ir com o pessoal da AIESEC para um fórum realizada pela AIESEC de Mainz (1h30 de Koblenz de carro, mais ou menos), cujo tema era algo como “Atravessando o ‘gap’ entre o mundo árabe e o ocidental”.


Lá assistimos a seis palestras – só uma em inglês, o resto todo em alemao... foi BEM difícil! No almoço, bem como no final da tarde, pudemos provar algumas especialidades da cozinha árabe (o almoço tivemos que comprar, mas o resto foi totalmente patrocinado).


Em uma sala foram expostos cartazes com fotos de jovens árabes, junto a um CD-player, com o qual podíamos ouvir um depoimento do mesmo(a) sobre o tema em questão. Ouvi apenas três, dos 8 ou 10 que estavam disponíveis, mas deveria ter ouvido mais. Pequenos detalhes ditos, por exemplo, por uma menina que ouvi fazem você parar para pensar. Ela disse, em uma parte de seu depoimento, algo como: “se você parar de procurar as diferenças e passar a procurar as semelhanças, verá que são em quantidade muito superior. Também somos pessoas, como qualquer outra, com as mesmas e simples necessidades, tais como comer, beber, dormir...”. Ela também falou um pouco sobre os preconceitos em relação ao comportamento de cada povo. Os ocidentais muitas vezes acham que eles são totalmente privados do direito à diversão, enquanto eles nos consideram muitas vezes depravados e/ou inconseqüentes. E quem está certo? A questão é essa: existe certo e errado?


Teve algo que um dos palestrantes – um prof. Dr. que leciona sobre o assunto – colocou de forma muito clara. Ele disse que tem coisas que não é possível o ocidental entender. Vivemos e crescemos com um entendimento completamente diferente do deles. Entendimento este que muitas vezes está ligado até à própria língua falada pelo povo. E o exemplo que ele deu da influência até da linguagem na formação de um povo/cultura foi que em uma das línguas da região (salvo engano, o próprio árabe) a palavra “família” e a palavra “casa” são a mesma. Para eles, simplesmente não há diferença.


Arrisco divagar um pouco mais sobre o tema e falar sobre os alemães. Em alemão existem duas palavras para falar “você”. Certo, também temos duas, pois temos a palavra “tu”. Mas aqui uma delas você usa com seus amigos e pessoas próximas. E a outra você usa para tratar as pessoas mais velhas e seu chefe por exemplo. Seria como quando dizemos “o senhor poderia...” ao invés de “você poderia...”, mas vai muito além disso, pois como é realmente uma segunda palavra para você (pois eles também tem uma palavra para senhor), é esperado que você a use sempre. E os verbos são conjugados de acordo com essa palavra, o que não acontece no português. Seja “você” ou “o senhor”, o verbo fica na forma “poderia”. Em alemão seria algo como “você poderia” e “o senhor poderiam”. Reitero que é algo difícil de explicar, mas o que quero dizer é que essa formalidade ou mesmo asperidade atribuída aos alemães, muita vezes é apenas o resultado da cultura e linguagem local, para as quais não temos o preparo e a mente aberta o suficiente para compreender que não passa do modo que conhecem de demonstrar respeito.


Por fim, segue abaixo algumas fotos de alguns estandes que montaram para demonstrar e também vender artigos típicos.




















quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Questão moral

Ainda não contei essa história no blog, mas acho que vale a pena…

No Brasil não é muito comum precisarmos do guarda-volumes das baladas. A diferença de temperatura dentro e fora da balada é muitas vezes similar ou ao menos aceitável. No entanto, no inverno europeu, é impossível não precisar de um casaco à noite, o qual é totalmente dispensável ao entrar nos clubes.

Bom, as baladas geralmente cobram, mesmo que seja um valor quase simbólico, para que seu casaco seja guardado. Aqui em Koblenz normalmente é um euro. Ok, até aqui, nenhuma novidade!

Um tempo atrás fui para uma balada com alguns amigos e, na confusão de todos entregando o casaco ao mesmo tempo, acabaram não cobrando na minha comanda. Quando percebi, avisei meus colegas e voltei até o guarda-volumes, para que marcassem. Meus amigos (alemães) ficaram inconformados! Disseram: “Na Alemanha NADA é de graça! Se você consegue algo, tem mais é que ficar feliz e aceitar…”.

Estou realmente acostumado a enfrentar desaprovações como esta no Brasil. Mas achava que europeu era diferente. O que vejo aqui é que, se eles não pirateiam CDs e DVDs como no Brasil e nem baixam MP3 ilegalmente da internet (só em sites onde se pode comprá-los) é apenas porque a fiscalização é mais rigorosa. A lei funciona e, portanto, obedecê-la é necessário. Se for pego dirigindo bêbado, você perde a carta e aqui não dá para COMPRÁ-LA novamente.

Minha conclusão pessoal? Que uma pessoa de bem no Brasil tem muito mais mérito que uma na Alemanha, visto que somos criados num meio muito mais caótico, sem lei nem ordem, aprendendo de berço que “o mundo é dos espertos”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Conferências da AIESEC

Os últimos 2 finais de semana presenciei minhas primeiras conferências da AIESEC. Nos dias 16 a 18 de Novembro foi a conferência para os novos membros da AIESEC de Koblenz e mais alguns que perderam a conferência de Bonn e Frankfurt, participando então da nossa.

Fui como membro da organização (nas duas vezes), já que que não haveriam workshops para Trainees, não havendo, portanto, muito que eu pudesse fazer. Nada mal, pois quem é da organização não precisa pagar os custos de estadia e alimentação, que seriam 40 euros na primeira e 70 na segunda!

A segunda, que foi de 23 a 25 de Novembro, foi para a região oeste, incluindo diversas AIESECS como Aachen, Colônia, Bonn, Koblenz, Giessen, etc. Basicamente foram os comites executivos em exercício mais os membros dos novos comites já eleitos, isso para cada AIESEC; totalizando mais de 120 pessoas.

Foi impressinante ver que a maneira como conduzem as plenárias e os Workshops é exatamente igual à que fazemos no Brasil, salvo talvez pelos atrasos, que no Brasil chegam a horas e aqui nunca passa de alguns minutos…

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O inverno chegando!

Os termometros já estão marcando tenebrosos 2º C. Ontem, na hora do almoço e novamente hoje pela manha ameaçou nevar, caindo pequenos (e quase imperceptíveis) flocos, que rapidamente desapareciam no chão.

Até hoje minha noção de frio era quando saia fumaça da boca ao falar. E MUITO frio era quando saia pelo nariz, ao respirar. Preciso rever meus conceitos...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Elfter Elfter, abertura do Carnaval.

Aqui na Alemanha comemora-se no dia 11 de novembro, conhecido como Elfter Elfter (o 11º do 11º), a abertura do carnaval. O carnaval mesmo é em fevereiro, como o nosso, mas tradicionalmente, principalmente na região que me encontro, essa festa é bem popular. E a festa mais popular é a da cidade de Colônia, pra onde fui no domingo.

Já no meio da semana algo curioso aconteceu. Na região da Centralplatz (praça central), aqui em Koblenz, estão construindo um prédio. E nessa quarta feira que passou encontraram uma bomba, da segunda guerra mundial, de cerca de 500 kg, pelo que ouvi falar. Acredito que por existir muitos prédios comerciais em volta, resolveram realizar a operação de desarme da bomba no domingo, 11 do 11. Com isso, 11 do 11 de Koblenz foi transferido para 10/11.


Em principio achei bom, pois poderia então ir às duas festas. Mas o tempo tava tão feio no sábado que nem quis sair de casa. Não basta o frio que já chegou por aqui – hoje vi um termômetro marcar 4ºC – ainda choveu quase o dia todo.


À tarde viajei com o Markus para Bonn, que é meio caminho para Colônia. Lá dormimos na casa de seus pais e, de lá, pegaríamos o trem para Kolonia na manha de domingo. No entanto precisava primeiro terminar minha fantasia!

Sim, fantasia! Como em qualquer festa de carnaval que se preze, todos usam fantasias. O Markus me emprestou uma de frade e resolvi complementar fazendo uma cruz. Tinha uma madeira aqui em casa e peguei ainda umas bolinhas de aço, usadas na produção das válvulas dos dispositivos ABS que produzimos lá na TRW. Segue o resultado abaixo...


















A festa começa, não por acaso, às 11:11h da manhã. Todos procuram chegar no local ANTES desse horário. Acordamos por volta de 7h (SETE DA MANHÃ!!) e às 8h já estávamos no trem, rumo à Colônia.

Abaixo seguem 2 fotos da galera se dirigindo ao local da festa. Vale ressaltar que foram tiradas mais de 2h antes do início oficial do evento e com tempo chuvoso, que geralmente afasta o público... (reparem na 1ª foto a Catedral de Colônia – Kölner Dom)


















Além da música no palco principal, algumas bandas podem ser encontradas pelas vielas da redondeza. Uma delas, quando vi, estava tocando Aquarela do Brasil, do Ary Barroso. Infelizmente não deu pra gravar.




Bom, por enquanto é isso. Minha foto de fantasia não tenho a intenção de publicar. Quem sabe eu a use novamente no carnaval e então acabe mostrando.

sábado, 3 de novembro de 2007

Mini-fijoada + Museu da História da Alemanha

Quarta feira foi o último dia do Markus na TRW. Pois é, agora as coisas podem complicar um pouco, se bem que ainda tenho o Ralph para me ajudar em casos de emergência.

De qualquer forma, ele quis fazer um almoço/lanche em seu último dia, para juntar todos do escritório. Então na segunda fomos para o “Metro”, que é um mercado tipo o SamsClub, que ele é cadastrado e pode comprar. Já fui lá com ele uma vez, e foi onde comprei o arroz de 5 quilos. Dessa vez quis procurar ingredientes para uma feijoada. Acho que tem quase tudo lá... Comprei feijão preto e uma carne de porco que parecia lombo (ainda não sei se era), mas que é comum aqui e eu quis provar.


Quarta à noite fiz uma mini-feijoada, com o feijão preto, a carne de porco, uma lingüiça que já tinha e uma tentativa de farofa, pois só tinha farinha de milho aqui (ainda preciso achar a certa). Ficou razoável. O maior problema é que não tenho panela de pressão e não sabia que fazer feijão na panela demorava tanto. Segue uma foto do resultado.



Aqui na Alemanha o feriado é dia 1 de Novembro, e não dia 2. Ninguém ainda soube me dizer porque, pois dizem que é algo como finados (inclusive fazem visitas ao cemitério), mas sabemos que finados é dia 2...


Não é feriado na Alemanha toda, mas na região que estou é. E é um feriado que vem a calhar, pois 31 de Outubro é Halloween, que eles festejam – à moda americana, inclusive tocam a campainha pedindo doces. Aproveitando o mesmo, viajei com o Markus para Bonn. A intenção era ir para uma festa de Halloween, mas encontramos alguns amigos num bar e de lá ficamos com preguiça de emendar a festa. Fora que sairia meio caro, pois além da festa, teríamos que pegar um taxi para voltar pra casa, já que não haveria mais trem.


Quinta ele me levou para conhecer mais duas coisas em Bonn. A primeira foi um cemitério, onde se encontra seu avô. O que é interessante nesse cemitério é que possui muitas sepulturas de não-alemães, me parece que relacionado a sobreviventes da guerra. As famílias vivem na Alemanha e, segundo o Markus, são sustentadas pelo governo. As lápides dos túmulos dos familiares falecidos são monumentais, a maioria em mármore, muitas vezes com mais de 2 metros de altura.


Talvez devido ao feriado, o cemitério estava bem cheio. Queria tirar algumas fotos, para publicar aqui, mas o Markus disse que esses estrangeiros não gostava muito disso. Contou ainda que existem espécies de gangues rivais entre eles e, uns 2 anos atrás, quando visitava o túmulo de seu avô com sua antiga namorada, as gangues começaram a trocar tiro e os 2 se encontravam praticamente no fogo cruzado, até que a polícia chegou! Pois é, acontece na Alemanha também!


De lá fomos para a “Haus der Geschichte der BR Deutschland”, que é um museu da história da Alemanha no pós guerra. A iniciativa da Alemanha de fazer e sustentar esse museu, que é gratuito, em minha opinião é fantástica! Lá é possível refletir bastante sobre o que foi a guerra, tanto para os alemães quanto para os demais. Infelizmente era proibido tirar fotos, mas como eu não sabia, acabei tirando umas no início, como dessas vestimentas e cartas originais de refugiados da guerra.
















E dessa placa que diz “Deutsche! Kauft nicht beim Juden!”, que significa: “Alemães! Não comprem de judeus!”.





E ainda esses arquivos, que guardam milhares de fichas (originais!) de identificação de pessoas que morreram na guerra.


















Tinha ainda uma sala, com televisores que mostravam, com um letreiro que corria sem interrupção, um nome após o outro de mortos da guerra. Dizem que pode-se passar dias lá sem que um nome se repita. Eu achei em um site as seguintes informações: “Ao todo, estima-se que 50 milhões de pessoas morreram durante os seis anos de conflito. 35 milhões de pessoas ficaram feridas. 20 milhões de crianças tornaram-se órfãs. E 190 milhões refugiadas.”


Tinha tanta coisa lá que nem lembro: parte de um avião que era usado para distribuir comida e medicamento aos campos de batalha, com caixas de madeira contendo produtos originais da época – exatamente os mesmos que eram distribuídos. Uma réplica de uma sala de inspeção, onde quem queria cruzar de um lado da Alemanha para o outro deveria passar, apresentando documentos e justificando o motivo! E ainda, o que mais me impressionou; pedaços originais do muro de Berlin – com cerca de um meto de largura e uns 3 de altura – ainda com as pichações e tudo. Só de tocar naquele muro, imaginar que uma cidade foi separada ao meio, familiares e amigos, divididos por um aquela enorme massa de concreto...


Por fim, ontem (sexta feira), teve aqui em Koblenz uma festa chamada “Electric City”. Oito baladas daqui (que devem ser todas, hehe) fazem uma festa conjunta, onde você entra em uma, pega uma pulseira e pode sair e ir para qualquer outra quando quiser. Nesse dia, todas tocam música techno e vão trocando de DJ. Da pra ver num folder que DJ toca em que horário e em que casa e buscar os que prefere. Pra mim é tudo igual, mas de qualquer forma.


Fico por aqui e acredito que terei mais novidades em breve.

domingo, 28 de outubro de 2007

Início de ano letivo

Essa semana foi a primeira do novo ano letivo da universidade de Koblenz. Conseqüentemente houveram uma série de eventos interessantes, dos quais listarei os que participei.


Na terça à noite teve o Kneipenralley, que nada mais é que um tour pela cidade para conhecer os bares (“Kneipe” = bar). Como são muitas pessoas e muitos bares, as pessoas são divididas em grupos, os quais seguem para diferentes bares e devem cumprir algumas provas, tal como uma corrida, onde se bebe algo, roda dez vezes, corre até algum lugar e volta, depois outra pessoa faz o mesmo e assim sucessivamente, marcando-se o tempo de cada grupo. Ao final do tour, todos se encontram em uma balada.


Eu, que tenho sempre algumas horas extras, solicitei para tirar a quarta-feira de folga. No entanto havia uma apresentação que deveria ficar pronta justamente para esta data, e meu pedido foi negado. Confesso que não foi muito fácil levantar na quarta...


Na sexta à tarde ocorreu uma copa de futsal para os alunos do 1º semestre. Fui convidado a participar do time os intercambistas. Como ainda tinha minhas horas extras e finalizei minhas atividades de sexta pela manhã, à tarde fui até a universidade e joguei com eles.


O time era muito bom. Tinha 3 espanhóis, dos quais 2 jogavam muito bem e outros 2 alunos igualmente bons. Mas gol que é bom, não saía! Perdemos o primeiro jogo e empatamos os 2 seguintes. Eram quatro times e todos se enfrentavam (portanto 3 jogos). Os dois melhores fariam uma final e os outros uma semifinal. Evidentemente fomos para a semi, que ao menos ganhamos (por 4x3, com direito a gol meu, hehe).


No entanto o time campeão estava desfalcado, e contou com a ajuda de 2 pessoas do meu time, das quais uma era eu. Então pode-se dizer que também fui 1º colocado...


Ao fim da tarde recebi uma visita do dono do apartamento que alugo e do sujeito que me sublocou-o, ambos muito simpáticos. O dono do apartamento estava meio bravo com seus inquilinos, por não o avisarem propriamente dessas sublocações (três dos 4 quartos estão sublocados). Mas nada muito sério, só queria nos conhecer, anotar nossos nomes e saber até quando ficaríamos aqui.


O Andreas, locatário do quarto onde estou deve ter mais ou menos minha idade. Ele viu seu quarto pela primeira vez, após minha chegada. Mudei alguns móveis de lugar, para otimizar um pouco o espaço. Também consertei a lâmpada de mesa, dei um jeito no abajur e instalei uma luminária no teto. Disse a ele que isso faz parte de ter um engenheiro em casa, hehe.


À noite teve então uma festa universitária, que foi feita dentro da universidade. Entrada gratuita, cerveja 1,50 euros... nada mal. Lá encontrei meus novos amigos intercambistas, fora a galera da AIESEC, o Markus e ainda o Andreas, que ficou na cidade para ir à festa.


Finalizando a semana, sábado fui com o Markus para Bonn, prestigiar nosso colega Ralph, que fez aniversário na quarta. Ele fez uma festa na casa dele, com karaokê. Foi muito hilário! Ninguém cantava bem, mas todos se divertiram. E eu mais ainda, pois imaginem um karaokê, mal cantado e em alemão! Hahaha.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

FIA DT Championship Finale

Como muitos já sabem aqui na Alemanha os impostos são bem altos. E quando se é solteiro e sem filhos, paga-se ainda mais. Estimo que chegue a 60% o valor recolhido como imposto, ou seja, nem metade do salário chega às mãos dos que se encontram na situação descrita. Então, uma solução que muitas empresas adotam para agradar seus funcionários sem gastar muito é aumentar os benefícios.

O melhor exemplo a ser citado é o carro. Para uma empresa dar um aumento no salário que permita ao funcionário comprar um carro de, digamos, 60 mil euros, em 3 anos – portanto 20 mil de aumento no salário anual – implica num aumento equivalente a 50 mil por ano. No entanto, se ela compra o carro e fornece ao funcionário, pode ainda pagar todas as despesas de manutenção e combustível do mesmo que ainda fica no lucro.

A esse ponto alguns devem estar pensando: “Mas porque ele esta falando sobre isso? Será que vão dar um carro para ele?” Doce ilusão… sou apenas um estagiário, e já tenho que estar feliz por não precisar pagar imposto sobre meu ínfimo salário.

A razão pela qual toquei no assunto é porque tenho amigos nessa situação. E junto a alguns deles, tive a oportunidade de ir para a Bélgica esse fim de semana, onde assistimos a final do campeonato FIA GT. Impressionante! Carros com até 600 cavalos!! Mas já falei demais sobre carros, seguem algumas fotos e outro vídeo. (Obs.: a foto do carro com a porta aberta foi tirada na volta dada após o termino da corrida.)


































Concluindo, o total gasto com transporte nessa viagem foi… nada! Carro da empresa, a empresa paga. Um benefício para quem pode, o que (ainda) não é o meu caso.

A noite alguns de nos ainda assistimos juntos à final da F1. Uma pena que o Kimi Räikkönen precisava dos pontos e o Felipe Massa teve que deixá-lo passar, mas andei pensando que, se a situação fosse inversa, a equipe mandaria o Kimi fazer o mesmo e ele também obedeceria. Coisas da F1.

Mas voltando ao assunto dos benefícios, devo dizer que hoje, quando vi o faxineiro que cuida da área que trabalho sair em seu belo Mercedes, senti uma ponta de inveja…

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cortei o cabelo!

Hoje cortei o cabelo. Primeira vez, depois de 68 dias na Alemanha! Tava na hora... Confesso que a comunicação com o barbeiro foi um tanto complicada, mas nos entendemos e até que não ficou ruim.
Não tenho a intenção de tirar uma foto apenas por essa razão, então terão que aguardar as fotos de minha próxima viagem para conferir o resultado.

sábado, 13 de outubro de 2007

Corrida na Nordschleife

Na sexta fui com o Markus novamente para Bonn. À noite fomos a uma balada numa boate onde ele trabalhou alguns anos atrás. Era uma festa temática dos anos 90, mas não foi grande coisa. Acompanharam-nos ainda um amigo do Markus que mora relativamente perto do local da balada (e dormimos na casa dele, por praticidade), o Ralph (outro estagiário na TRW; estava também na feira automotiva em Frankfurt) e um amigo dele e mais alguns amigos de amigos, enfim...

Hoje, ao acordar, fomos – eu, o Markus, o Ralph e seu amigo – assistir uma corrida.

A Nordschleife – que significa algo como “cordão do norte” – é o antigo circuito de Nurburgring, situada no norte da Alemanha. É o circuito mais longo da história da Fórmula 1, mas não é usado para esse destino há mais de 30 anos, principalmente por ser considerada uma das pistas mais perigosas do mundo para se dirigir (se não a mais).


Não se paga para assistir, mesmo porque não é possível controlar as pessoas ao longo dos 22km de extensão da pista. A volta mais veloz já realizada nessa pista durou 8m34s. No entanto, os boxes se encontram na parte da pista que é usada para o Grande Premio da Alemanha. Para vê-los, aí sim é necessário pagar uma entrada.
Seguem algumas fotos e vídeos que fiz no evento, que começa às 12h e tem 4h de duração. Mas não ficamos até o final.























E as pessoas que vão assistir normalmente são amantes de veículos e de corrida. E às vezes têm também as suas “supermáquinas”. Nesse país de adoradores de carros eu já não me surpreendo mais com os mesmos. Mas confesso que algumas motos estacionadas no local me chamaram a atenção! Mas quem não pararia para olhar?


E essa Ducati, quando fui tirar a foto, apareceram algumas pessoas com traje de motoqueiro. Perguntei para o mais jovem, logo à frente, se era dele. Ele respondeu negativamente, sorrido, e apontou para outra pessoa, dizendo quem era o dono. O sujeito apontado era provavelmente seu pai... Nada mal! Quem sabe em meus 50 também já possa ter a minha. E a propósito, o garoto dirigia a Kawasaki que aparece atrás da Ducati!