quinta-feira, 19 de junho de 2008

Paderborn

No final de semana dos dias 30 de junho e 1 de julho visitei alguns amigos na cidade de Paderborn, cidade com mais de mil anos de história. Como o preço dos trens estava meio “salgado”, optei por uma forma de transporte muito popular na Europa, e principalmente na Alemanha: a carona.

Existem diversos sites especializados em cadastro e procura de motoristas com vaga no carro ou pessoas que precisam da carona. No site, a pessoa pode se registrar e inclusive receber/dar recomendações daqueles com quem já viajou. Um jeito de saber quem deve ser confiável...

Além de mais barato - pois se cobram em média uns 6 euros para cada 100 km, enquanto um trem custa mais que o dobro disso - a opção é por vezes também mais rápida. Isso porque os trens rápidos (que chegam a mais de 200 km/h) são mais caros, o que nos leva a normalmente optar pelos lentos. Estes não apenas dirigem mais devagar, como também fazem mais paradas. Já o carro pode fazer uma viagem direta, e como não há limite de velocidade nas Autobahns, pode-se dirigir tão rápido quanto achar seguro. No caso, minha carona foi numa bela BMW.

No sábado, devido a uma reunião da AIESEC, eles não teriam tempo para me acompanhar pela cidade. Então fui sozinho para o centro, começando minha visita pela Dom. St. Maria, St. Kilian und St. Liborius, uma catedral românico-gótica.





Comecei visitando a cripta, uma atração famosa dessa catedral. Ela se localiza em baixo do altar.



Depois encontrei um senhor, responsável pela igreja (ao menos naquele horário), o qual foi muito solidário, respondendo uma pergunta minha referente à cripta, e acabou me mostrando várias coisas e contando algumas histórias. Ele me mostrou uma imagem que fica na região do altar (onde normalmente os visitantes não podem entrar), com a Nossa Senhora, no nascimento do Menino Jesus e os 3 Reis Magos.



E chamou minha atenção para essa grade, que separa um salão ao fundo da igreja, a qual mostra diferentes perspectivas de seu desenho, conforme o ângulo que é vista.


Abriu então uma das capelas, localizadas nas laterais da igreja, para me mostrar, entre outras coisas, essa imagem dos pais de Nossa Senhora, São Joaquim e Sant’Ana.


E essa obra, com as estátuas representando os 12 apóstolos.


Mais a maior atração é a Imad-Madonna, uma imagem da Nossa Senhara com o Menino Jesus, datada de 1051-8.



Me mostrou também as evidências da transição da construção do estilo românico para o gótico, indicando perfeitamente qual o lada mais antigo e o mais novo da construção. Repare nessa foto a janela da esquerda com uma parte única, característica do primeiro período mencionado. Já a da direita é tipicamente gótica, maior e dividida em partes.



Outra evidência é que no estilo românico a nave central da igreja tem um pé direito mais alto que as laterais. Já no gótico, a altura da igreja permanece constante em toda a construção. Repare a mudança na foto.


Mostrou-me ainda, do lado de fora, os elaborados túmulos de bispos.



Tinha também uma janela bem interessante, com a figura de três coelhos. Será que você consegue identificar o que é tão peculiar em relação a esses coelhos?


E ainda um fragmento de uma das bombas que danificou seriamente a catedral durante a segunda guerra.


No interior da igreja pode-se ver no mármore pedaços que foram reparados durante a reconstrução da igreja.


No lado norte da catedral encontra-se a Bartholomäuskapelle ou Capela de São Bartolomeu, a igreja salão mais antiga da Alemanha, concluída em 1017.


Passei ainda pela biblioteca estadual e a Rathaus (prefeitura).




No domingo fui com outros AIESECos visitar o maior museu de computadores do mundo: o Heinz-Nixdorf-Museumsforum. No lado de fora do prédio, no 3o andar, adesivos com números indicam o valor do número “PI”, com casas decimais que dão a volta pelo edifício todo.



O museu mostra a história de todo o desenvolvimento da raça humana em relação à escrita e à matemática. Aqui mostrarei um breve resumo das obras, começando com essas pedras de mais de 5 mil anos de idade, que mostram cálculos de uma venda, indicando qual o produto, quantos foram comprados, o preço, nome do vendedor, etc. Era possível aprender como ler tudo isso por meio de um computador, situado na região, que mostrava figuras e ensinava a interpretá-las.



O acervo constava ainda com a era egípcia e o desenvolvimento do primeiro papel (o papiro), ábacos (e computadores para ensinar a usá-los), as primeiras prensas, máquinas de escrever e finalmente os computadores.






E veja que interessante essa primitiva calculadora para multiplicações. Veja se consegue entender como ela funciona...




E ainda uma replica da máquina criada pelo provável primeiro “trambiqueiro tecnológico” da história. A mentira consistia em dizer que a máquina era um robô capaz de jogar xadrez. Na verdade, o sujeito ficava em baixo da mesa, controlando os braços do suposto robô por vínculos mecânicos, observando o jogo por dispositivos mecânicos-magnéticos das peças de xadrez na mesa e realizando as jogadas, após ensaiá-las nos tabuleiros que possuía lá embaixo. Criativo, não?


Por fim um computador mostrava algumas peculiaridades de como as pessoas pelo mundo contam com os dedos (ou até usando o corpo). Na China, por exemplo, é possível contar de 1 a 10 usando apenas uma mão. Aqui na Alemanha sempre tenho problemas para pedir algo, pois quando falo que quero 1, mostrando o indicador, eles sempre entendem 2, pois contam sempre a partir do dedão! Fiquem agora com essa imagem de uma maneira de contar de 1 a 25 usando mãos, braços e cabeça.



segunda-feira, 16 de junho de 2008

1o dia de Trabalho

Como disse na última postagem, tenho novidades em relação ao trabalho e volta ao Brasil. Hoje foi meu primeiro dia no meu novo trabalho. Acontece que fui contratado por uma empresa alemã de consultoria logística. Isso graças a meu ex/re-colega de trabalho, o Markus. Ele, que já trabalha nessa empresa há mais de 6 meses, fez propaganda minha e acabaram me fazendo uma oferta.

Com relação ao retorno ao Brasil, a história é até que interessante. Um dos mais novos clientes dessa consultoria é uma empresa alemã que tem fábricas na Alemanha, Itália, EUA e também no Brasil. Um grande projeto foi feito nas plantas da Alemanha e, agora, a empresa quer que o mesmo seja realizado nas demais. Dia 11 de julho serei mandado para o Brasil, junto com o Markus e outro colega nosso, para iniciarmos o projeto nas plantas brasileiras. O Markus ficará 2 semanas no Brasil, nosso colega apenas uma e eu, bom... ainda não tenho data para retornar à Alemanha. Provavelmente será lá pro fim do ano. Quem sabe apenas no ano que vem!

Sei que ainda estou devendo notícias. Ainda não falei de Paderborn nem de Darmstadt. Fora isso, esse final de semana estive numa conferencia regional da AIESEC com mais de 130 participantes, viagem que também me proporcionou novas experiências. Agora que estou devidamente curado de minha amigdalite e passada minha última semana na TRW, que tive que finalizar e/ou explicar todas as atividades com as quais estava envolvido para pudessem ser continuadas pelos novos trainees, acho que terei mais tempo para colocar o blog em dia.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Outra nova experiência

Já estou devendo atualizações nesse blog há algum tempo. Isso porque, além de ter feito mais uma viagem no último fim de semana, tenho novidades também em relação ao meu trabalho e retorno ao Brasil.

Acontece que desde terça à noite não tenho me sentido muito bem, ficando por vezes com febre e dores pelo corpo. Depois veio uma dor de garganta que mal me deixava comer ou sequer beber água. Na quinta resolvi então ir ao médico.

Essa foi uma experiência nova para mim. Por sorte tive ajuda do Ralph (que trabalha comigo). Ele me deu carona até lá e me ajudou a preencher o formulário de 4 páginas, claro, em alemão! Sem dúvidas teria grandes dificuldades se não fosse por ele.

E o médico então confirmou aquilo que já suspeitávamos: tonsilite, ou mais popularmente conhecida como amigdalite. No caso, tenho a do tipo bacteriana, que necessita tratamento, preferencialmente com antibiótico. Ele receitou 3 doses diárias, por 10 dias. Até agora tomei apenas 4 doses, mas já sinto uma melhora significativa em minha garganta.

Bom, em breve parto para mais uma viagem pelas terras germânicas, desta vez com destino à Darmstadt. Espero conseguir, na próxima semana, publicar tanto as novidades desta viagem como as do final de semana passado, para Paderborn. No entanto não posso garantir, pois sendo minha última semana como trainee na TRW, talvez não tenha tanto tempo livre. Veremos...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Maiorca

O dia de Corpus Christi, assim como os demais feriados católicos, também é celebrado na Alemanha. Tirei a quarta de folga e viajei com alguns amigos para a maravilhosa e ensolarada ilha espanhola de Maiorca.

“Malotza”, para os alemães já em grau alcoóli
co mais avançado ou “Malle”, apelido carinhoso dado pelos mesmos é considerada extra-oficialmente a 17º estado alemão. Isso porque é realmente incrível o número de alemães que se pode encontrar nessa ilha, principalmente durante um feriado prolongado em pleno verão.

A viagem já estava planejada há um bom tempo. Empresas de turismo alemãs fazem pacotes promocionais incluindo vôo, transporte de ida e volta até o aeroporto daqui, transporte ide e volta no aeroporto de lá e hotel, com café da manhã e almoço “all-you-can-eat” inclusos. E foi um desses pacotes que comprei, junto com outros 3 amigos, todos alemães.

Já na chegada a p
rimeira surpresa. O hotel chamava-se Solimar.



Mas o hotel estava fechado e não havia ninguém por lá!! O que aconteceu é que o hotel foi fundido com outro, do outro lado do quarteirão e a porta de entrada era no hotel San Diego, o que descobri perguntando em portunhol, mas recebendo a resposta em alemão.


Pra quem ainda não acredita na força da presença alemã na ilha, precisa assistir a previsão do tempo aqui nas TVs da Alemanha. Eles mostram sempre a previsão nas regiões alemãs e depois em Maiorca!!?!

E olhem também como a cerveja é servida nos locais que visitamos, bem como qual a cerveja tomada...




Fora as cervejas de metro, que fazem as pessoas se comportarem de maneira um tanto quanto inadequada.


Maiorca possui diversas belezas naturais, das quais infelizmente não desfrutei muito. Acontece que tenho um amigo (ou melhor, conhecido, que é AMIGO mesmo do Aytekin, que trabalha comigo) que mora em Maiorca. Ele iria me apresentar ao menos a capital, Palma de Maiorca. Mas ficou enrolado com trabalho, mudança, visita do irmão e etc. e não pudemos nos encontrar. Mas para não dizer que não vi nada, segue a vista da minha sacada, tanto de dia quanto de noite.



E não ficamos também apenas bebendo o dia inteiro, que é o que fazem a maioria dos alemães. Fomos também à praia!


Por fim, como não podia deixar de ser, encontrei alguns brasileiros perdidos por lá.


Bom, só com fotos não consigo mostrar o quanto me diverti por lá. Afinal, a viagem foi pra mim algo completamente diferente do que havia feito até então aqui na Alemanha, visto que em geral viajo principalmente para conhecer lugares e realmente não posso dizer que agora conheço Maiorca... Espero poder voltar lá para apreciar a cidade em si, mas de qualquer maneira, essa é uma viagem que não esquecerei!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais de Berlim

Saindo do Zoológico fomos visitar uma praça onde podem ser encontrados partes do muro de Berlim, onde placas contam um pouco de sua história.


Lá um homem, trajando uma farda como os antigos soldados da DDR (a Deutsche Demokratische Republik, que é a Alemanha Oriental), possuía cópias dos carimbos que representavam os vistos necessários para sair da parte oriental de Berlin e adentrar a ocidental. Ao todo são 7 vistos, que por 3 euros ele carimbava numa folha que representa uma página do passaporte.



Nos arredores encontra-se também a Legoland, que não entramos, pois tinha que pagar. Mas segue foto da entrada – onde se pode observar uma figura de Albert Einstein construída em lego – e de uma girafa de lego, que fica do lado de fora, em frente ao prédio.



Visitamos em seguida o Checkpoint Charlie, nome dado pelos aliados a um posto militar entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental durante a Guerra Fria. Os nomes dos postos seguiam o alfabeto fonético da OTAN (Alpha, Bravo, Charlie, Delta, Echo...).Entre 1961 e 1990 0 Checkpoint Charlie era a única passagem para estrangeiros entre Berlin Oriental e Berlin ocidental.


Infelizmente na foto que tirei não é possível ver, mas no lado ocidental era possível ver uma imagem de um soldado soviético, e no lado oriental, a imagem de um soldado americano.

Por fim resolvi tirar foto também com um dos famosos Ursos Berlinenses. Acontece que, por conta do Imperador Alberto I, conhecido como Alberto o Urso (Albrecht der Bär), o urso passou a ser o símbolo de Berlim, conforme o símbolo abaixo, que pode ser encontrado tanto na bandeira quanto no brasão da cidade.



Não sei dizer ao certo quando o projeto se iniciou, mas atualmente dezenas (ou até centenas) de esculturas de urso em fibra de vidro podem ser encontradas por toda Berlim, decoradas com as mais variadas pinturas. E essas esculturas são conhecidas, como disse, por Ursos Berlinenses (Berliner Bären).


A menos das fotos que não tirei por falta de bateria e ainda não recebi de meus colegas, isso é tudo sobre minha visita à capital alemã. Em breve espero complementar com essas fotos e trazer também as novidades de minha viagem à Maiorca, que será nesse feriado de Corpus Christi.

domingo, 18 de maio de 2008

Carnaval da Cultura + Zoo Berlim

Na noite do sábado (10 de Maio) fomos para uma festa, que era como uma feira multicultural. Todos haviam viajado naquele dia e estavam cansados, então basicamente ficamos em um lugar, apenas conversando. Abaixo duas fotos nessa festa, sendo uma de uma barraca brasileira.



Na tarde do sábado, logo depois do almoço, mas antes de sairmos para conhecer Berlin, havíamos preparado nossas fantasias para o desfile. Isso mesmo, o Carnaval da Cultura consiste basicamente no desfile que é realizado no domingo, nas ruas de Berlin. Haviam outros 2 brasileiros lá e todos utilizamos as cores do Brasil o máximo possível.


A Jin (trainee da China) com ajuda de 2 outros trainees fez um daqueles dragões, típicos dos desfiles chineses.


desfile é composto por dezenas de caminhões, cada qual com seu equipamento de som e uma placa com o nome do grupo (ou país) que representa e será seguido pelos integrantes, que normalmente realizam algum tipo de dança/coreografia. Os caminhões possuem também números, segundo a ordem que desfilarão. O nosso era o número 82.

Como muitos tem que esperar sua vez para o desfile, alguns aproveitam para ensaiar. Seguem algumas fotos.








E tinha um grupo que veio tocando uma bateria de samba completa, com um cara cantando samba, EM PORTUGUÊS, em cima do caminhão.





E nós fizemos obviamente as coreografias das danças da AIESEC (os chamados Roll Calls). Seguem dois exemplos clássicos: “Tunak Tunak Tun” e “Cotton Eye Joe”.



Saindo do desfile voltamos para a faculdade e ajudamos a arrumar tudo, devido à bagunça na confecção das fantasias e mais as coisas que foram levadas para o desfile (caixas de som, placas, enfeites, etc.). Eu (bem como metade do grupo) estava tão cansado que resolvi não sair naquela noite. Afinal, havia combinado com um pequeno grupo, que ficaria, assim como eu, até a tarde de segunda em Berlim para irmos ao Zoológico.

Acordei na segunda às 7h da manhã. Arrumei minha mala e fui, junto com o Federico (argentino) e a Jin para o lugar combinado, onde encontraríamos a Marlies (venezuelana) e a Alexandra (tcheca, salvo engano). Estava marcado para as nove, mas no horário AIESEC isso é relativo... Conseguimos chegar no Zoo por volta das 10h.


Construído em 1844, ele é o mais antigo zoológico da Alemanha é considerado o maior do mundo em número de espécies e animais. Um que me chamou a atenção foram os pingüins africanos. Afinal, na minha ignorância, eu nem sabia que havia pingüins na África.


É interessante também ver que a maioria dos animais não se encontra enjaulados. Isso inclui algumas espécies de aves, que por vezes são vistas voando livremente por sobre nossas cabeças.





Mas a atração que desperta maior curiosidade do público é ainda o Knut, o filhote de urso polar. Na verdade ele já não é mais um filhotinho, mas os ursos polares são realmente interessantes.





Na saída do Zoo vimos como foi bom acordar cedo. A fila para entrar estava quilométrica!


Ainda tínhamos algumas horas em Berlim, antes do horário de nosso trem. No próximo post publico as últimas visitas realizadas na magnífica capital da Alemanha...