De qualquer forma, ele quis fazer um almoço/lanche em seu último dia, para juntar todos do escritório. Então na segunda fomos para o “Metro”, que é um mercado tipo o SamsClub, que ele é cadastrado e pode comprar. Já fui lá com ele uma vez, e foi onde comprei o arroz de 5 quilos. Dessa vez quis procurar ingredientes para uma feijoada. Acho que tem quase tudo lá... Comprei feijão preto e uma carne de porco que parecia lombo (ainda não sei se era), mas que é comum aqui e eu quis provar.
Quarta à noite fiz uma mini-feijoada, com o feijão preto, a carne de porco, uma lingüiça que já tinha e uma tentativa de farofa, pois só tinha farinha de milho aqui (ainda preciso achar a certa). Ficou razoável. O maior problema é que não tenho panela de pressão e não sabia que fazer feijão na panela demorava tanto. Segue uma foto do resultado.
Aqui na Alemanha o feriado é dia 1 de Novembro, e não dia 2. Ninguém ainda soube me dizer porque, pois dizem que é algo como finados (inclusive fazem visitas ao cemitério), mas sabemos que finados é dia 2...
Não é feriado na Alemanha toda, mas na região que estou é. E é um feriado que vem a calhar, pois 31 de Outubro é Halloween, que eles festejam – à moda americana, inclusive tocam a campainha pedindo doces. Aproveitando o mesmo, viajei com o Markus para Bonn. A intenção era ir para uma festa de Halloween, mas encontramos alguns amigos num bar e de lá ficamos com preguiça de emendar a festa. Fora que sairia meio caro, pois além da festa, teríamos que pegar um taxi para voltar pra casa, já que não haveria mais trem.
Quinta ele me levou para conhecer mais duas coisas em Bonn. A primeira foi um cemitério, onde se encontra seu avô. O que é interessante nesse cemitério é que possui muitas sepulturas de não-alemães, me parece que relacionado a sobreviventes da guerra. As famílias vivem na Alemanha e, segundo o Markus, são sustentadas pelo governo. As lápides dos túmulos dos familiares falecidos são monumentais, a maioria em mármore, muitas vezes com mais de 2 metros de altura.
Talvez devido ao feriado, o cemitério estava bem cheio. Queria tirar algumas fotos, para publicar aqui, mas o Markus disse que esses estrangeiros não gostava muito disso. Contou ainda que existem espécies de gangues rivais entre eles e, uns 2 anos atrás, quando visitava o túmulo de seu avô com sua antiga namorada, as gangues começaram a trocar tiro e os 2 se encontravam praticamente no fogo cruzado, até que a polícia chegou! Pois é, acontece na Alemanha também!
De lá fomos para a “Haus der Geschichte der BR Deutschland”, que é um museu da história da Alemanha no pós guerra. A iniciativa da Alemanha de fazer e sustentar esse museu, que é gratuito, em minha opinião é fantástica! Lá é possível refletir bastante sobre o que foi a guerra, tanto para os alemães quanto para os demais. Infelizmente era proibido tirar fotos, mas como eu não sabia, acabei tirando umas no início, como dessas vestimentas e cartas originais de refugiados da guerra.
E dessa placa que diz “Deutsche! Kauft nicht beim Juden!”, que significa: “Alemães! Não comprem de judeus!”.
E ainda esses arquivos, que guardam milhares de fichas (originais!) de identificação de pessoas que morreram na guerra.
Tinha ainda uma sala, com televisores que mostravam, com um letreiro que corria sem interrupção, um nome após o outro de mortos da guerra. Dizem que pode-se passar dias lá sem que um nome se repita. Eu achei em um site as seguintes informações: “Ao todo, estima-se que 50 milhões de pessoas morreram durante os seis anos de conflito. 35 milhões de pessoas ficaram feridas. 20 milhões de crianças tornaram-se órfãs. E 190 milhões refugiadas.”
Tinha tanta coisa lá que nem lembro: parte de um avião que era usado para distribuir comida e medicamento aos campos de batalha, com caixas de madeira contendo produtos originais da época – exatamente os mesmos que eram distribuídos. Uma réplica de uma sala de inspeção, onde quem queria cruzar de um lado da Alemanha para o outro deveria passar, apresentando documentos e justificando o motivo! E ainda, o que mais me impressionou; pedaços originais do muro de Berlin – com cerca de um meto de largura e uns 3 de altura – ainda com as pichações e tudo. Só de tocar naquele muro, imaginar que uma cidade foi separada ao meio, familiares e amigos, divididos por um aquela enorme massa de concreto...
Por fim, ontem (sexta feira), teve aqui em Koblenz uma festa chamada “Electric City”. Oito baladas daqui (que devem ser todas, hehe) fazem uma festa conjunta, onde você entra em uma, pega uma pulseira e pode sair e ir para qualquer outra quando quiser. Nesse dia, todas tocam música techno e vão trocando de DJ. Da pra ver num folder que DJ toca em que horário e em que casa e buscar os que prefere. Pra mim é tudo igual, mas de qualquer forma.
Fico por aqui e acredito que terei mais novidades em breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário